sexta-feira, 22 de março de 2013


Se um dia eu te disser, que fiz tuas as águas turvas,

Do rio que corre por entre os dedos da saudade,
Não creias que não trago no rosto,
pousadas as vertigens da lembrança,
Coisa vaga ou esboço de não sei quê,
O algo que cessa sem cessar…
Acredita antes que fui alguém
a querer os nadas que os demais evitam.
Que fui eu quem, entre os nadas, se fez alguém.
E recolhe a alma do veneno,
daqueles a quem o tudo não basta,
E que não entendem, como é que para ser feliz,
Eu precisei de tão pouco!

Rita Oliveira
11.02.2013