sábado, 5 de abril de 2008

Meu Raio de Sol


Ainda era dia, quase noite, era só ele que ia na estrada. As luzes da cidade, dos carros, dos prédios, dos centros comercias iluminavam as ruas, as pessoas, as mentes, tudo!
Mais um dia (quase noite) passado, sempre a olhar para tudo, a ver todos aqueles dias já passados, a sentir todas aquelas coisas já sentidas. Cada noite, um banco diferente, de um jardim diferente.
Mas ele nem sempre foi assim, nem sempre viveu na rua. Antes existiam sonhos. Antes havia aquela música
“You are my Sunshine”.
Aquela música que lhe aquecia o coração, cantada pela mãe, que o adorava mais que tudo, num tom de voz amoroso, que mesmo não a entendendo aquecia-lhe o coração, e assim deixava-se embalar com aquele ritmo lento e baixinho. Talvez a canção fosse uma súplica da mãe a Deus, para lhe proteger o seu filhote, porque nos tempos que correm amor só, não chega! Seja como for não lhe valeu de muito.
Parecia ser tudo tão pouco... e era tanto!
Depois vinha o dia seguinte. Livros na mão, mochila ás costas e um raio de sol no olhar, como lhe dizia a mãe. E cantava a música baixinho em direcção á escola.
Era sempre assim um raio de sol no olhar, nas mãos, na mente, em tudo o que fazia, em tudo o que fez! O medo combatia-se com a música. Quando vinha da escola já quase de noite cantava, e assim os receios trazidos pela escuridão eram afastados. Por aquela música, que parecia ser tão pouco, e era tanto! A meiguice que tinha de existir numa voz para se poder sentir. Mesmo não a entendendo ele adorava-a.
“You are my Sunshine...”
Mas isto era outra vida!
Falemos do presente!
Havia um homem na rua, num banco de jardim, olhado com desdém, obviamente!
Onde está o Raio de Sol?
Ele olha para as luzes, ele olha para as pessoas, olha para as paisagens, especialmente para aquelas em que só reparou quando ”a vida mudou”. Sentava-se num banco e ficava a apreciar, deu nomes a todas as árvores, olhava as nuvens, contava as estrelas à noite.
E via aquela gente, tão atarefada, ninguém parava para ver, ninguém ligava a uma beleza daquelas.
Onde está o Raio de Sol?
Têm medo dele! Ou talvez de ver a imagem da solidão.
Ele também tem medo!
Ele chora a vida que tem!
Onde está o Raio de Sol?
Todas as noites especialmente no Inverno, sobretudo nas noites chuvosas, na porta de um prédio ou de baixo de uma varanda, ele está lá! E tenta aquecer o corpo, a alma, o coração.
Onde está o Raio de Sol?
O frio gela-lhe as faces.
A música aquece-lhe o coração.
Ele também tem medo!
E canta baixinho:

“You Are My Sunshine
My only sunshine.
You make me happy
When skies are grey.
You'll never know, dear,
How much I love you.
Please don't take my sunshine away”

E amor só não chega?

Rita Oliveira
05-04-2008
(é de embalar, não é pimba!!espertinha.xD)

7 Comentários:

Blogger Rita Fé disse...

és a luz da minha vida :D
Ritinha, amo a tua escrita não queres partilha-la comigo?
Ritinha, no que depender de mim nunca terás dias cinzentos, nem medos que ao cantares a "Gene Autry - You Are My Sunshine lyrics" mas a ultima palavra não é, desapareceram. porque?
porque a minha amizade por ti espantará esses medos, e não são só os teus medos, mas os nossos.
esta saiu-me bem não foi? eu sei, não saiu nada bem.
nunca tive jeito para a escrita, nem para falar de sentimentos. nunca tive esse jeito que tens.
e como a minha mãe diz... és uma moça cheia de vida e alegria, no entanto escreves coisas mesmo negras... (é claro, mesmo com a tua alegria, com o teu humor... existem dias cinzentos).
és uma tola neste mundo que eu amo. e se este comentário aparecer, já é o quinto que faço, mas agr copio e colo senão não saio daqui, dou-te os pêsames pelo Sebastião (Desculpa tinha de falar dele :D)
Pobre peixe...
Eu dou-te um e vai ser como os Reis... este chama-se Sebastião II (segundo, tipo numeração romana não é para ti :D no gozo).
Ritinha, um beijinho só pa ti pode ser? ya? :D
carrada de beijinhos pra ti.

(não pensem que é a Rita a fazer os comentários... ela não é tolinha assim. Marta Santos)

5 de abril de 2008 às 18:48  
Blogger Rita Fé disse...

é so para dizer que segunda ja devo estar morta por isso ritinha antes de disparares. eu amote!

Marta

5 de abril de 2008 às 18:51  
Anonymous Anónimo disse...

esperitnha era calma :S

6 de abril de 2008 às 18:44  
Anonymous Anónimo disse...

EPA este sim..mete MUSICA!
Eu sem musica nao sou ninguem(ou mais dizer:eu sem tony nao sou ninguem) é mais isso :P
Bem a serio esta girissimo, the best mesmo!(só essa parte da musica em ingles é que nao ajuda em nada mas pronto!)
Está muito GIROOOO!
(claro, tinha de ser minha prima)
xD
Beijinhos aqui da Marina TC

7 de abril de 2008 às 16:46  
Blogger João Rocha disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

10 de abril de 2008 às 16:03  
Blogger Susana Soares disse...

Saudades do colo, das festas no cabelo, da certeza de que tudo ia passar... Saudades da Mãe...


Beijos e Papas de Leite

Ela dá-me beijos
E papas de leite
Faz-me um chapeuzinho
Com as nuvens do céu

Põe na minha boca
A cara de seda
E canta comigo
Para eu não chorar

Não chores, não chores,
Com os olhos em mim
Toma mel, menininha,
E a tua boneca
Peço a deus arco-íris
No céu para ti
E solinho para sempre

Ela abraça-se a mim
Em noites sem sono
Ela tem de chorar
Com as dores de crescer

Que sonhos terá
Nas primeiras noite
Quando me chamar
Pelo nome dela?

Eu vou dar-te beijos e papas de leite
Muitos mimos e doces para comprares por ti
Hás-de rir pela rua
Mais alto que eu
A crescer sozinho

Ela dá-me beijos
E papas de leite
E boas razões
Para me ter nascido

E a nossa cara
Com lustro de seda
Até se fanar
Até se fanar.

Jorge Palma

Vontade de ser mais...

Um abraço dorido,
Susana

10 de Abril de 2008 16:03

10 de abril de 2008 às 16:08  
Anonymous Anónimo disse...

muito fixe!
po lamechas mas gostei!!

vê-se mesmo k tens dom pa arte e escrita :)

11 de abril de 2008 às 19:04  

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