Adivinha...

Por amar o vento trouxe-me.
Por amar cai
Por amar me feres.
Por amar cai
Por amar me feres.
Eu deveria ser a união do essencial e não passo da mísera criação das minhas próprias mãos. Uma espécie de aragem fria que se funde com os sons do mundo. Ando por aí a cantarolar, se tiveres olhos para me ver, em caminhos de terra batida, onde ninguém deseja passar em nenhum momento da sua existência. Sendo assim, apago toda a marca vergonhosa que revela a minha passagem por tal lugar, com o meu sopro calmo e paciente.
Por amar, magoaste-me, passo pelos teus ouvidos e sussurro-te ao sabor do meu ritmo, sorriu-te na beleza da minha ilusão sem rancor ao que me viu.
Dei-me ao abismo, à vertigem, ao colchão de palha e ao cobertor velho e roto… Por amar, por ser amada...
Podes ver-me, se tiveres alma, a beijar a areia na espuma das ondas e a recuar assustada, a rebentar violentamente contra o que me impede de entrar pelo Mundo dentro… e acabo por me ir, sem qualquer rancor.
Por amar, magoaste-me, passo pelos teus ouvidos e sussurro-te ao sabor do meu ritmo, sorriu-te na beleza da minha ilusão sem rancor ao que me viu.
Dei-me ao abismo, à vertigem, ao colchão de palha e ao cobertor velho e roto… Por amar, por ser amada...
Podes ver-me, se tiveres alma, a beijar a areia na espuma das ondas e a recuar assustada, a rebentar violentamente contra o que me impede de entrar pelo Mundo dentro… e acabo por me ir, sem qualquer rancor.
Continuo à porta, sentada na calçada, à espera.
Caminho tão calmamente, como o sol caminha até ao fim do Mundo e regresso para ser a brisa que te envolve em dias de chuva.
Tu, um coração perdido, puro, quente, toma conta de mim… Acabarei por me enroscar no teu colo docemente, sem que dês conta, por me atirar ao abismo e gritar alto que um dia amei. Dar-me-ei à mais pura leveza da alma e do ser, que jamais fora sentida nesse teu peito e no do Mundo, jamais alcançada pelas tuas mãos e pelas mãos daqueles que se julgam criadores.
Até que a lama largue a minha roupa e as minhas pernas caminhem, até que a sede mortal desapareça das minhas raízes inexistentes…
Caminho tão calmamente, como o sol caminha até ao fim do Mundo e regresso para ser a brisa que te envolve em dias de chuva.
Tu, um coração perdido, puro, quente, toma conta de mim… Acabarei por me enroscar no teu colo docemente, sem que dês conta, por me atirar ao abismo e gritar alto que um dia amei. Dar-me-ei à mais pura leveza da alma e do ser, que jamais fora sentida nesse teu peito e no do Mundo, jamais alcançada pelas tuas mãos e pelas mãos daqueles que se julgam criadores.
Até que a lama largue a minha roupa e as minhas pernas caminhem, até que a sede mortal desapareça das minhas raízes inexistentes…
Agora vá, diz-me, quem sou eu?
Rita Oliveira
20-12-2008